domingo, 14 de abril de 2019

"...o mais baixo deficit da..."


                                   


                                        “O Mais Baixo Deficit da …”

O Sr. Ministro das finanças, Dr. Mário Centeno foi á televisão e todo orgulhoso do seu trabalho, deu-nos com o mais baixo deficit da historia da Democracia, na cara.
            Bonita vitoria Sr. ministro: “…o mais baixo deficit da historia da Democracia”.
            Ora para que toda a gente entenda, mesmo os mais simples como eu, o meu ponto de vista, claro, não o do Sr. ministro, que se pretende sofisticado, técnico e seletivo. Pois outro tipo mais acessível de linguagem, não ficaria bem a um especialista na matéria, eu, usarei um exemplo, e nele vestirei a primeira pessoa. E eis como vejo a sua vitoria Sr. ministro:

            Sou agora o chefe de família Mário Centeno. Um chefe de família à maneira antiga, a lutar para tirar da crise económica a minha família, que a europa e a crise global, não tendo eu gasto demais, endividado demais e poupado de menos, provocou. E este ano que passou, fiz um brilharete. Como?
            Não paguei ao mecânico, na farmácia e no talho e mais um par de fornecedores, pois outros haverá. O carro da mulher avariou, poupei na revisão e resolve-se para o ano, e também o micro-ondas, que pouca falta faz e há mesmo quem diga que prejudica a saúde. Faltam substituir lâmpadas no candeeiro da sala, podendo-se ler de dia, junto à janela se estiver fosco, e pinga uma torneira na banheira, que um balde pode bem aproveitar para as plantas ou para a sanita. Bimensal, passaram a ser as idas da mulher ao cabeleireiro, ao cinema semestral e o dentista passou a bienal e o ano que passou, foi ano não. Festivais de música, os miúdos tem o yutube, e ferias, com o Algarve cheio de turistas, sufocante, ficámo-nos por Carcavelos que até dizem ser a linha de Cascais, a nova Cote de Azur.
            Os cento e noventa canais passaram a quarenta, para quem só vê uns dez, ou doze, … e para quê internet na rua, havendo, a bem dizer, wi-fi por todo o lado. Aos putos, para que se calassem com a inflação, o salário mínimo, eu sei lá, …aumentei-lhes a semanada. Mas pu-los a contribuir, vulgo a descontar, para a conta da água. Afinal tomam banho…, não!? E às vezes abusam nele. Nada mais justo. E também para a energia, já que passam o dia a ouvir música, ou a jogar e a mandar mensagens nas redes. Ainda pensei numa taxa, digo desconto, sobre o pacote de TV. Mas fica para este ano.
            Eu, até aos jogos do clube no ano que passou, só contra os grandes. Custou-me! Também fiz sacrifícios. Não troquei de carro, por exemplo, apenas de telemóvel. Mas valeu a pena!
            Porque a verdade, é que ao banco até abati uma das dívidas, e fiquei bem visto, pois nunca se sabe se dele vou precisar este ano, tenho umas promessas, digo melhoramentos na casa e viagens prometidas aos miúdos, e quero ver se cumpro qualquer coisita.
            Pronto; …está bem, é verdade, tive a ideia do quarto alugado. Isto é, ou foi, para ser exato, o miúdo enganou-se e bateu-me à porta a perguntar se alugávamos quartos a estudantes, (sabe Sr. ministro, cá no prédio quase toda a gente já o faz), e eu que não sou parvo, lembrei-me do seu exemplo com o turismo e aproveitei. Sem recibo, e a pagar á parte a água e luz. Maravilha; e é verdade que ajudou. Mas confesso que estou preocupado, sabe, …é que falam para aí numas residenciais para estudantes, a bom preço, ali a onde era a feira popular. Invejosos! Não podem ver ninguém a dar-se bem. Sei que entende, e que tem preocupação parecida com o turismo, perdoe-me a pretensão. Mas com a pacificação de certas zonas em conflito, do lado de lá do Mundo, (não que a gente deseje a guerra. Não! Mas se durasse mais um mandato …), e a América latina a espevitar no mercado. Enfim; você diz que não, mas eu sei que está preocupado, e não foi como ao outro, um passarinho que mo disse. Mas sim um hacker meu conhecido.
            E tal como consigo, (eu discípulo, o senhor mestre), em que o povo parece não entender, também a minha família me olha de cara feia. E não fosse o modelo cá em casa, o de Democracia familiar, (e juro que não é nenhuma indireta ao governo), em que cada um é livre de fazer o que quiser, desde que eu deixe, no seu caso, desde que possam, e sinto que não voltaria a ser eleito chefe de família. Não sei o que lhe diga, …cuidado talvez, pois o seu modelo é diferente.

            E dito, ou escrito isto, digo-lhe mais; não é motivo como vê, para andar para aí a se vangloriar, Sr. ministro. Pois não fez mais do que o básico truque de ilusionismo, no caso de economia, movendo o objecto, leia-se dinheiro, e mostrando no processo o que quis, para nos distrair, do que escondeu não querendo que víssemos.
Parece que vimos!
Ou é mau ilusionista das finanças, ou talvez sejamos mais inteligentes do que julgava.
            Gostaria de terminar desejando-lhe sucesso profissional. O que faria, não sentisse eu, que o mesmo me sai do bolso.

                  Bem-haja; longe de nós
                        Cidadão comum
                          Vicente Delmar


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