Leis simpáticas que não servem ninguém
Este é um blogue de opinião!
Claro que poderia aproveitar para colocar um post com a fotografia do meu almoço,( foi carapaus grelhados, pro caso), ou no clímax do objectivo, uma selfie com o Cristiano, ou com o Sr.Presidente, e gozar grande prestígio, apesar deste ultimo, metade do país já as ter.
Mas não. Prefiro aproveitar esta ferramenta para escrever o que penso. Hoje; sobre as leis simpáticas, que parecem não ser pensadas, ou reflectidas, a não ser por quem ganha votos ou impostos com isso. Impostos, como nesta primeira:
Todos nos habituamos já, a ver cada vez mais, os carros que não são carros. Falo dos pejorativamente chamados, "mata velhos", ou "papa reformas", Pequenos, ou não tanto, veículos a motor de quatro rodas, mas que não são carros. Se nos parecia, pelos menos a alguns, sem sentido que veículos a motor, com características auto, pudessem circular sem necessidade de carta de condução dentro de localidades no máximo a 50 quilómetros hora. Querendo o condutor respeitar é claro, tal como todos os encartados, até porque alguns atingem bem mais. O que nos preocupava, constatando serem estes veículos por vezes aproveitados, por quem, não permitido já a idade a renovação, ou nunca a instrução ter permitido, assim conduzirem um veiculo a motor, de quatro rodas, alguns maiores até que o Smart, mas que não são carros. Vê-mo-los agora a ser conduzidos por gente jovem. Jovem depois de reprovar meia, ou dúzia meia, de vezes o exame, teórico ou prático, tanto faz, ou não o terem sequer tentado, e assim os vemos a fazerem pisca para direita, virando à esquerda, verem no traço continuo apenas o risquinho branco que divide os que vem dos que vão, circular a 50, se não há policia, ou fazerem as rotundas ao melhor jeito do momento, pondo-se em risco e a todos os outros. Mas, pagando imposto na importação, na venda, e nos litros de gasolina com que igual a outros, se alimentam, a lei, ganha simpaticamente sentido em ser aprovada.
Ainda na estrada; simpaticamente aprovada foi a lei, que nos obriga a circular a trinta à hora, atrás de dois ou mais ciclistas, que descontraídos, aproveitando o bom tempo e a saúde oferecida pela actividade física, vão conversando um com o outro, lado a lado na faixa de rodagem. E apenas porque o podem, alheios a quem atrás, de carro, cansado de esperar que o fim do traço continuo coincida com a oportunidade de ultrapassar, se arrisque por vezes, a manobras que pondo em risco alguém, esse alguém pode ser principalmente os próprios ciclistas. Mais vulneráveis, em duas rodas e sem chapa à volta, má perspectiva, garanto eu que sou também ciclista. Mas é sem duvida uma lei simpática, até parece favorecer a prática desportiva.
Como ultima para hoje, haverá mais certamente, e que comento com duas imagens, digamos assim. Assisti a ambas!
Talvez quatro, talvez até mais, correu e brincou solta a criança pelos corredores do supermercado. Mexeu aqui e ali, pediu isto, pediu aquilo, feliz acompanhando a mãe. Feliz, até que contrariada, esperneando, e apenas sossegando com promessa de mais um isto ou aquilo, a criança foi obrigada ao colo da mãe na fila da caixa, para que apoiada pela lei, a Srª gozasse de uma prioridade para a pressa que não teve até lá chegar. Como não tinham pressa ou urgência, as duas vizinhas, ambas reformadas depois de uma vida de trabalho, agora com tempo para perder em escolha e conversa de cinco ou dez minutos por secção, vagar merecido, gozado nas calmas por ambas, até chegarem à registador, a onde toda a gente, parecia querer que elas se despachassem, agora que o podiam fazer com calma, E respeitando uma lei que a eles, roubando minutos à hora de almoço, ou ao apressado regresso a casa, com muitos anos ainda até terem tempo no tempo, os obriga à hipocrisia do:
-Não, não, as Srªs tem a prioridade! Façam favor; tem que ser!
Lembrando-as de que são idosas, demoram a pagar, tem duvidas e não tem pressa, mas tem direito a te-la.
Uma lei que nos trata como como imbecis, mal educados ou selvagens, dizendo que não precisamos de ter sentido moral, ou capacidade para analisar quem merece por idade, deficiência, doença ou dificuldade acrescida de criança em idade de colo, ou gravidez visível, (penso que ficando grávida ontem, ou na semana passada, não possa apelar à lei da prioridade), poupando, como quase tudo parece querer hoje em dia, as pessoas, cidadãos duma mesma sociedade civilizada, ao diálogo, à interacção entre nós no sentido de sermos uns para com os outros, precisamente isso. Civilizados!
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